20 de novembro de 2011

Navio negreiro

É difícil acreditar que existiu uma época da nossa história que seres humanos iguais a nós foram tratados dessa forma.Fico indignada ao ver essas cenas e ouvir o poema que tão bem retratam o sofrimento e o desespero desse povo que deixou marcas profundas na nossa história, na nossa cultura e ainda hoje sofre sequelas de um tempo que não se apaga.

Racismo é burrice - Gabriel, o pensador

15 de novembro de 2011

Dia da consciência negra

     O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro como forma de homenagem a Zumbi dos Palmares, um dos maiores heróis da história do Brasil. A data marca o dia de sua morte, ocorrida no ano de 1695, por ocasião da guerra travada entre o governo brasileiro e os negros inseridos no Quilombo dos Palmares.

     Quilombos eram locais de refúgio para escravos no Brasil. Geralmente eram estabelecidos em locais de difícil acesso, embrenhados em matas, florestas ou montanhas. O mais famoso dos quilombos foi o de Palmares - localizado na Serra da Barriga, região pertencente ao atual estado de Alagoas -, criado no início do século 17.

     Os relatos históricos existentes são muito controversos e pouca certeza há na origem de Zumbi. Isso se deve ao fato de que os relatos acerca de sua vida foram feitos por seus inimigos: os colonos e portugueses que se puseram a combatê-lo, pagos por senhores escravagistas. Entre as diversas versões, conta-se que era um chefe africano trazido à força para ser escravo, ou um homem livre que nasceu em Palmares, ou ainda um filho de escravos que foi criado por um padre até os 15 anos, tendo aprendido a ler, a falar e a escrever em português e em latim.

     O que se sabe com mais certeza é que Zumbi foi o grande líder do Quilombo dos Palmares. Sua lendária imagem o apresenta como um homem forte, orgulhoso e inconformado com sua condição social, que resolveu enfrentar aqueles que torturavam seu povo.

     Palmares, durante quase todo o século 17, foi alvo de mais de 40 incursões militares, que buscavam terminar com o quilombo. Afinal, a autonomia dos negros ameaçava a hegemonia dos senhores de engenho, pois seguidamente seus escravos fugiam para a Serra da Barriga, ou eram libertos por guerreiros quilombolas, em expedições ocasionais.

     Durante o tempo em que liderou seu povo contra a ganância e o ódio dos escravagistas, Zumbi organizou uma resistência poderosa, que conseguiu manter a estabilidade do quilombo por muitos anos. Em 1694 e 1695, ocorreu uma verdadeira cruzada contra Palmares. O drama finalmente terminou quando o mulato Antônio Soares (ex-companheiro de Zumbi que foi capturado e torturado pelos expedicionários paulistas), atraiu o grande líder para uma emboscada e apunhalou-o no estômago, dando sinal para os paulistas avançarem. Zumbi lutou até o fim.

     Depois disso, muito da história se perdeu, mas a história legendária de Zumbi permaneceria. Foi citado pelos abolicionistas, no século 19, como grande herói e mártir.

     A partir da década de 1980 novos estudos buscaram traçar a real identidade de Zumbi e dos quilombolas e, em 1995, a data da morte do maior herói negro e símbolo da liberdade foi adotada como o Dia da Consciência Negra.

Fontes: registros do site do Parque Memorial Quilombo dos Palmares (www.quilombodospalmares.org.br) e Zumbi, o grito forte de Palmares, artigo de Reinaldo Lopes, disponível no mesmo site.

9 de novembro de 2011

Remédio para a alma!!

Veja minha gente que ideia criativa, achei muuuiiito legal, ninguém precisa se preocupar com a automedicação, não precisa consultar médico nenhum, não tem contra indicação e ainda por cima é uma delícia esse remedinho. Parabéns pelo projeto Larissa!!

6 de novembro de 2011

Oficina de teatro - vídeo 1


Romance sergipano - O passo de Estefânia

PASSO DE PROTESTO DE UMA MULHER

Núbia Nascimento Marques, escritora sergipana em destaque pela qualidade de sua obra e pela personalidade forte que possuía, engajada com as questões sociais e acima de tudo corajosa em denunciar na ficção ou na vida real os problemas enfrentados pelos oprimidos, pessoas desprotegidas que só contam com a sorte e a boa vontade das autoridades.
Núbia foi romancista, poeta, jornalista, professora e assistente social atuante em todas essas áreas de maneira fervorosa e com muita dedicação e afinco.
Publicou várias obras entre elas: Sinuosas em carne e osso (1961), Berço de Angústia (1967), Baladas do inútil Silêncio (1965), Máquinas e lírios (1971), O passo de Estefânia (1980), esta última alvo do nosso trabalho.
Em O Passo de Estefânia, Núbia nos presenteia com uma narrativa bela, uma história que nos prende a atenção do começo ao fim, não por ser um romance romântico, uma história de amor entre um casal, mas uma declaração de amor pela sua profissão – a de assistente social – e a paixão pelas letras, pela literatura que é o caminho encontrado pela autora para desabafar, denunciar aquilo que a incomoda, que lhe causa um mal estar gigantesco. Por viver em uma época de repressão onde tudo que se fala passa por uma censura, é recriminado e corre-se o risco de pagar caro por não ter “papas na língua” é só através da Literatura que a autora sente-se mais livre para expor seus pensamentos, suas ideias e emoções e faz isso com maestria, seduz o leitor no primeiro momento da leitura de sua obra.

“Na verdade eu sou menos dona de mim .Que liberdade é esta que só encontro nos livros e no discurso abestalhado e imbecil de todos que curtem o horror?” (Pg. 80)

O PASSO DE ESTEFÂNIA é um texto enxuto, objetivo, a linguagem se aproxima do coloquial sem perder a clareza e a habilidade da narrativa que flui tranquilamente aos olhos do leitor.Vale a pena, amigo visitante, conhecer essa obra que me deixou apaixonada por essa grande escritora sergipana.Quando meu professor de Literatura  indicou este livro para fazer um trabalho, ele disse para mim que eu iria gostar muito, mas não imaginava que seria amor á primeira página, pois é, realmente fiquei impressionada com a narrativa clara e ao mesmo tempo poética, comovente. Viajei no tempo e conheci um pouco do trabalho bonito de uma  dedicada assistente social.Fica aqui como minha dica de leitura!!

As personagens femininas de" A cartomante" - Machado de Assis



Publicado inicialmente em várias histórias no ano de 1896, A cartomante é um conto narrado em terceira pessoa, com uma visão “por detrás”: o narrador sabe mais que as personagens pois tem uma visão global de tudo o que vai acontecendo, uma compreensão reflexiva dos sentimentos mais íntimos que movem os personagens. O narrador está presente na narrativa quase como personagem em alguns momentos, quando utiliza a primeira pessoa, mas não participa dos acontecimentos como comprovam essas expressões: “cuido que[...] e digo mal[...] vamos a ela[...] vimos que[...]”.
O enredo de A Cartomante gira em torno de um fato banal: um triângulo amoroso formado por Vilela(marido), a esposa Rita e o amigo de Vilela e amante de Rita, Camilo. Quando Vilela, marido traído descobre o adultério mata os dois. A narração não é linear, o início dá-se pelo meio quando Rita e Camilo já são amantes a algum tempo e estão preocupados com a possibilidade de sua relação ser descoberta por Vilela. Através de flashback o narrador informa sobre a amizade de infância entre Camilo e Vilela, do casamento de Vilela com Rita e da aproximação que se tornou uma paixão ardente entre Camilo e Rita.
Nesse trabalho importa-nos destacar e analisar o perfil das “mulheres” nessa obra, como são formadas as personagens femininas, quais as características psicológicas denunciadas nas entrelinhas e nas pistas do narrador.
Percebe-se nesse conto a presença de três mulheres que fazem toda a diferença no desenvolvimento da trama, influenciando as personagens masculinas e servindo de base para o desenrolar dos acontecimento. São as personagens: Rita, a cartomante e também uma considerada secundária, que pouco aparece, mas exerce uma forte influencia na vida de Camilo, que é a mãe dele.
Vale ressaltar que Machado em suas obras dá um destaque especial as figuras femininas. Mas a visão dele é muitas vezes pré-conceituosa, a mulher é retratada segundo Proença Filho1 com traços de mau caráter, embora em alguns casos ele a privilegie como ser dotado de inteligência e cultura.




O contexto histórico em que a mulher inserida no século XIX era altamente patriarcal, a figura feminina estava ideologicamente e fisiologicamente submissa ao homem, ela não tinha voz ativa, o homem era o chefe da família, à mulher cabia os afazeres domésticos, cuidar da casa, dos filhos e do marido, ela era do lar. Mas surgia também nessa época uma nova mentalidade devido às transformações da vida moderna que culminaram no avento do capitalismo e na consequente urbanização que passou a permitir novas formas de convivência social. Diante disso, cabe frisar que ascensão da burguesia trouxe para a sociedade uma maneira diferente de organização das vivências familiares. A mulher, que antes se restringia ao lar, agora vai às ruas, ocupa a sala de jantar juntamente com o sexo oposto, se entrega à sensibilidade e as novas formas de pensar o amor.
Em A Cartomante, percebe-se que Machado retratou um pouco a visão feminina dessa época dita mais moderna, pois a mulher influencia, domina, seduz, vai a luta, comete adultério, vive intensamente paixões, influencia no destino das pessoas e usa suas armas mais poderosas: a sedução, para conseguir o que deseja.
Uma personagem aparentemente sem importância na trama, visto que aparece muito pouco, mas influencia sobremaneira a vida dos personagens e consequentemente, o seu destino, é a mãe de Camilo. Ela não tem nome, é mencionada apenas coma “a mãe de Camilo”, é uma mulher de decisão, determinada, exerce maior influencia sobre Camilo que seu próprio pai, apesar de viverem em uma sociedade patriarcalista. É ela quem arranja emprego para Camilo após a morte do pai e a decisão dele de não ser nada.
“Camilo preferiu não ser nada, até que sua mãe lhe arranjou um emprego público”.
A mãe de Camilo teve grande importância também nas suas crenças, incutiu nele desde menino superstições, crendices que Camilo achou que tinham desaparecido mas aos vinte anos continuavam fortes, vivos na sua memória, bastou se deparar com uma situação de perigo, medo e incerteza.
“Também ele, em criança e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices”...
Em breves linhas Machado nos informa que Camilo não desenvolveu boas relações com o pai, viveu sob forte influência da mãe., tornando-se um adulto por demais dependente.
“Camilo entrou no funcionalismo contra a vontade do pai”...
A cartomante poderia ser considerada a personagem central da narrativa. A ela o autor confere uma maior riqueza de detalhes, seja sobre suas características físicas, ou o ambiente em que mora. Não se sabe o nome próprio dela, sendo apresentada apenas obre o no0me de sua profissão, como se Machado não quisesse referir-se a uma cartomante especifica, mas a todas as cartomantes do mundo.
O primeiro contato que o leitor tem com essa personagem é indireto, através do relato de Rita que afirma lhe ter ela adivinhado o futuro e ter-lhe restituído a paz de espírito. Daí já se começa a perceber a farsa da cartomante e a ingenuidade de Rita, pois ela deduziu o óbvio, algo que qualquer um poderia pressupor diante de uma bela mulher em desespero.
Com a descrição da ida de Camilo à cartomante fica ainda mais clara a personalidade duvidosa da mulher. Tudo conspira em favor do mistério, da coisa obscura. A casa em que mora, “de janelas fechadas” é identificada como “a moradora do indiferente destino”. O espaço reservado para consultas é o sótão, pequeno compartimento da casa próximo ao telhado. Varias referências à escuridão e à velhice ressaltam a penetração ao mundo misterioso:
“A luz era pouca[...], uma escada mais escura, uma salinha mal alumiada[...] paredes sombrias[...] degraus comidos[...], corrimão pegajoso[...] velhos trastes[...]”
Esse ambiente sombrio é o local onde reside a cartomante. Quando se refere às características físicas o narrador denuncia quem realmente é essa mulher. Uma mulher de quarenta anos, experiente portanto, italiana por isso estrangeira misteriosa, de olhos sonsos que podem ser fingidos e agudos que traduzem a esperteza, a vivacidade.
“Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morena e magra, com olhos sonsos e agudos”.
Nas entrelinhas do texto fica claro que a cartomante é uma impostora, charlatã e que se aproveita de pessoas fragilizadas como Rita e Camilo.
A personagem Rita, pivô do triângulo amoroso é uma figura marcante na trama. Possui características que revelam a mulher mais modernizada, decidida e que vai à luta em busca dos seus sonhos e desejos.
É ela que se apaixona primeiro e como uma “serpente”, instila o veneno do amor adúltero no coração do amigo da família. Rita por ser mais velha, portanto, mais experiente, é mais ativa do que Camilo. De caráter decidido sabe o que quer e procura com todas as forças sua realização, sem escrúpulos e sem remorsos. Quando está em dúvida sobre o amor de Camilo, não hesita em recorres à crença na cartomante para sair do estado de angústia. Rita é uma bela mulher que usa suas armas para se dar bem na vida, é uma figura ambígua, dissimulada assim como outras personagens machadianas.
“Realmente era graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa”...


4 de novembro de 2011

LER É...

Desabotoar vontades
Mapear dúvidas
Instigar os olhos adiante do que se vê
Perguntar respostas adormecidas
Responder perguntas escondidas
Desacomodar certezas
Empurrar limites do saber
Alterar horizontes da utopia pessoal
Soprar o pó dos sonhos
Cruzar fronteiras do conhecimento
Desvelar segredos da aventura humana
Alavancar novos entendimentos
Dar lucidez à pluralidade das emoções
Desviar das pedras no meio do caminho
Dar vozes ao silêncio
Inventar caras para os desejos
Vestir de palavras as ideias dormidas
Desejar-se uma pessoa feliz.
                  Edson Gabriel Garcia - jornal Mundo Jovem


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